O método ajuda a combater complicações mais rápido que a medicina
convencional, segundo pesquisadora.
Uma pesquisa inédita conduzida na Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas) conseguiu comprovar que a acupuntura pode ser utilizada para combater
complicações decorrentes de cirurgias para a retirada do cancro de mama,
diminuindo, inclusive, o tempo de recuperação de males como a falta de
mobilidade dos membros superiores e do linfedema (inchaço nos braços e pescoço
provocado por má circulação).
A pesquisadora Michele Alem, da Faculdade de Ciências Médicas, mostrou, em
sua tese de doutoramento, que o método ajuda a combater os sintomas mais rápido
do que a medicina convencional. "Houve melhora significativa nas
limitações de amplitude de movimento de ombro na flexão, bem como no grau do
linfedema, após o sexto mês de terapia com acupuntura", relata.
O procedimento padrão utilizado para combater o problema é drenagem
linfática manual, que deve ser realizada em, no mínimo, três vezes por semana,
com duração aproximada de 90 minutos. Além disso, a paciente deve permanecer
com faixas nos locais, o que dificulta a realização das atividades diárias.
Já com a acupuntura, são necessárias menos sessões, que também duram menos
tempo, para que os efeitos sejam alcançados. "Nosso trabalho utilizou uma
sessão semanal, de 30 minutos", contou.
Prevenção
Além ressalta, porém, que a técnica mostra mais eficácia quando utilizada
logo após a cirurgia, de maneira preventiva. "As mulheres são orientadas a
aprender a conviver com o inchaço crónico do braço, somente procurando ajuda
quando o quadro já está instalado, impedindo ou dificultando a realização das
atividades de vida diária. Se as sessões forem feitas desde o pós-operatório,
os resultados melhoram ainda mais, inclusive impedindo o aparecimento dos
linfedemas", comenta.
Outro dado animador, segundo Michele, é que, além da melhora acontecer com
menos sessões realizadas, nenhuma das pacientes analisadas apresentou quadros
de flebite (inflamação na veia), mesmo aquelas que anteriormente ao tratamento
apresentavam crises periodicamente, chegando em alguns casos a necessitar
internação.
Hoje, em
Portugal, 11 a 13 mulheres vão ser informadas de que têm a doença, 1 em cada 10
mulheres irá desenvolver cancro da mama, em algum momento da sua vida. O cancro
da mama mata, todos os anos, aproximadamente 1500 mulheres. Morrem todos os
dias, em Portugal, 4 mulheres vítimas de cancro da mama. Aproximadamente 90%
dos cancros da mama são curáveis, se forem detectados “a tempo” (na fase
inicial) e tratados corretamente (Portal de Oncologia Português).
No Brasil, o cancro de mama é o que mais mata mulheres. São quase 60 mil
novos casos por ano, com uma média de 12 mil mortes, segundo dados do Inca
(Instituto Nacional de Combate ao Cancro). Cerca de 25 mil mulheres precisam
fazer a mastectomia (retirada cirúrgica da mama). Entre essas pacientes, 63,6%
têm problemas no pós-operatório.
Como foi feita a pesquisa
Na pesquisa, realizada de fevereiro a dezembro de 2004 em pacientes das
Redes de Combate ao Cancro de Rio Claro e São Carlos, foram avaliadas 29
mulheres portadoras de cancro de mama submetidas à mastectomia radical ou
quadrantectomia com esvaziamento axilar e que apresentavam linfedema e
diminuição na amplitude dos movimentos.
As mulheres que aceitaram participar do estudo foram submetidas ao total de
24 sessões de acupuntura, sendo uma por semana, totalizando seis meses de
tratamento.
Foi realizada uma avaliação prévia à intervenção para a determinação do
linfedema e da restrição da amplitude dos movimentos e as avaliações foram
repetidas ao final do primeiro, do terceiro e do sexto mês de tratamento. Os critérios
de avaliação foram aplicados em questionários que mensurava a sensação de
bem-estar, impacto da cirurgia sobre a vida, sono, atividades de vida diária,
sensação de peso e o repuxar do membro afetado.
“Se
você está planeando por um ano, cultive arroz; Se você está planeando por 20
anos, cultive árvores; Se você está planeando séculos, cultive homens.” (Provérbio chinês)
Saúde e Paz para Todos!
Dr. Gustavo
Desouzart – Acupunctura Tradicional Chinesa
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