Caros leitores, após verificar qual poderia ser a melhor explanação para o
tema de hoje, ao envés de vos falar sobre o que o período do ano causa em nosso
comportamento ou em nosso organismo e, suas respectivas patologias e problemas
associados, quis representar algo que pudesse fazer-vos reflectir, já que o que
fazemos deste lado é pô-los a pensar em saúde e melhorar de alguma forma a
vossa qualidade de vida.
Fui convidado a participar de um seminário no dia 22.11.2012 levado
a cabo por uma empresa de Leiria, intitulado "Riscos
Psicossociais - Consequências na Segurança e Saúde e no Desenvolvimento das
Organizações", que inicialmente pareceu-me algo estranho mas com um
tema interessante que, poderia eu saber o seu significado implícito mas, o
aprofundar desta temática era algo novo para mim.
Esta
iniciativa destinou-se a debater as consequências ao nível da Segurança e Saúde
no Trabalho que a actual situação económica, financeira e social tem tido junto
dos trabalhadores, das empresas e das demais instituições.
Mas,
o que é isto de “Riscos Psicossociais”? E, o que estes riscos têm a ver com a
nossa realidade político-financeiro e social? Vou remeter a introdução que a
Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) fez em relação a esta temática.
A ACT refere que as mudanças significativas que ocorreram no mundo do
trabalho nas últimas décadas resultaram em riscos emergentes no campo da
segurança e saúde ocupacional e levaram - além de riscos físicos, químicos
e biológicos - ao surgimento de riscos psicossociais.
Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho têm sido identificados
como um dos grandes desafios contemporâneos para a saúde e segurança e estão
ligados a problemas nos locais de trabalho, tais como o stress, violência,
assédio e intimidação no trabalho. (ACT, 2012)
Segundos dados europeus de 2007 cerca de 8% dos trabalhadores portugueses
afirmaram ter um ou vários problemas de saúde ligados ao trabalho, (média
europeia estava em 8,7%) em que mais de 48% dos casos afetava a vida do
dia-a-dia e cerca de 50% determinava uma situação de absentismo. Cerca de 19%
declararam que esta afetação estava relacionada com aspetos da saúde mental e
cerca de 50% com aspetos relativos à saúde física.
Mais de 40% dos trabalhadores dos transportes e comunicações de Portugal
acredita que o stress afeta negativamente a sua saúde e segurança. Cerca de 79%
dos gestores europeus estão igualmente preocupados com o stress do trabalho.
Segundo a Agência
Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho o principal
obstáculo à prevenção dos riscos psicossociais nas empresas portuguesas é,
sem dúvida, a falta de recursos (65% dos casos), embora estejam sensíveis às
exigências legais sobre a matéria. (ACT, 2012)
Mas, o que podemos fazer para minimizar estes riscos ou, se eles já
existirem, o que podemos fazer para diminui-los? Na conjuntura actual onde o
emprego/trabalho é algo incerto em grande parte da população activa, onde as
condições de trabalho não são mais o ponto essencial de preocupação das
empresas mas sim, a condição financeira e de produção, para permitir que exista
o trabalho e, o trabalhador, os Riscos Psicossociais são, por isso, um problema
que afecta todas as camadas etárias e todos os cargos dentro de uma empresa. Do
gestor, director ou presidente ao operário, técnico ou colaborador.
O ponto
fulcraldesta temática, em termos preventivos é o diálogo, a exposição do
problema e, principalmente, a sensibilização de todas as áreas das empresas
para esta temática. Em um período como o Outono, onde a instrospecção
prevalece, os riscos Psicossociais aumentam com a incerteza do futuro e, com os
conflitos do presente.
"O pensamento positivo pode vir naturalmente para alguns, mas também
pode ser aprendido e cultivado, mude seus pensamentos e você mudará seu
mundo" (Norman Vicent Peale)
Saúde e Paz para
Todos!
Dr. Gustavo
Desouzart – Acupunctura Tradicional Chinesa
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