Dr. Gustavo Desouzart

Dr. Gustavo Desouzart
MTC

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Riscos Psicossociais



Caros leitores, após verificar qual poderia ser a melhor explanação para o tema de hoje, ao envés de vos falar sobre o que o período do ano causa em nosso comportamento ou em nosso organismo e, suas respectivas patologias e problemas associados, quis representar algo que pudesse fazer-vos reflectir, já que o que fazemos deste lado é pô-los a pensar em saúde e melhorar de alguma forma a vossa qualidade de vida.
Fui convidado a participar de um seminário no dia 22.11.2012 levado a cabo por uma empresa de Leiria, intitulado "Riscos Psicossociais - Consequências na Segurança e Saúde e no Desenvolvimento das Organizações", que inicialmente pareceu-me algo estranho mas com um tema interessante que, poderia eu saber o seu significado implícito mas, o aprofundar desta temática era algo novo para mim.
Esta iniciativa destinou-se a debater as consequências ao nível da Segurança e Saúde no Trabalho que a actual situação económica, financeira e social tem tido junto dos trabalhadores, das empresas e das demais instituições.
Mas, o que é isto de “Riscos Psicossociais”? E, o que estes riscos têm a ver com a nossa realidade político-financeiro e social? Vou remeter a introdução que a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) fez em relação a esta temática. A ACT refere que as mudanças significativas que ocorreram no mundo do trabalho nas últimas décadas resultaram em riscos emergentes no campo da segurança e saúde ocupacional e levaram - além de riscos físicos, químicos e biológicos - ao surgimento de riscos psicossociais.
Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho têm sido identificados como um dos grandes desafios contemporâneos para a saúde e segurança e estão ligados a problemas nos locais de trabalho, tais como o stress, violência, assédio e intimidação no trabalho. (ACT, 2012)
Segundos dados europeus de 2007 cerca de 8% dos trabalhadores portugueses afirmaram ter um ou vários problemas de saúde ligados ao trabalho, (média europeia estava em 8,7%) em que mais de 48% dos casos afetava a vida do dia-a-dia e cerca de 50% determinava uma situação de absentismo. Cerca de 19% declararam que esta afetação estava relacionada com aspetos da saúde mental e cerca de 50% com aspetos relativos à saúde física.
Mais de 40% dos trabalhadores dos transportes e comunicações de Portugal acredita que o stress afeta negativamente a sua saúde e segurança. Cerca de 79% dos gestores europeus estão igualmente preocupados com o stress do trabalho.
Segundo a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho o principal obstáculo à prevenção dos riscos psicossociais nas empresas portuguesas é, sem dúvida, a falta de recursos (65% dos casos), embora estejam sensíveis às exigências legais sobre a matéria. (ACT, 2012)
Mas, o que podemos fazer para minimizar estes riscos ou, se eles já existirem, o que podemos fazer para diminui-los? Na conjuntura actual onde o emprego/trabalho é algo incerto em grande parte da população activa, onde as condições de trabalho não são mais o ponto essencial de preocupação das empresas mas sim, a condição financeira e de produção, para permitir que exista o trabalho e, o trabalhador, os Riscos Psicossociais são, por isso, um problema que afecta todas as camadas etárias e todos os cargos dentro de uma empresa. Do gestor, director ou presidente ao operário, técnico ou colaborador.
O ponto fulcraldesta temática, em termos preventivos é o diálogo, a exposição do problema e, principalmente, a sensibilização de todas as áreas das empresas para esta temática. Em um período como o Outono, onde a instrospecção prevalece, os riscos Psicossociais aumentam com a incerteza do futuro e, com os conflitos do presente.
"O pensamento positivo pode vir naturalmente para alguns, mas também pode ser aprendido e cultivado, mude seus pensamentos e você mudará seu mundo" (Norman Vicent Peale)
Saúde e Paz para Todos!
Dr. Gustavo Desouzart – Acupunctura Tradicional Chinesa

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